quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A mente pede ao coração.


Só peço que não fique amargo.
Também não feche suas portas.
Sei que é normal,
É efeito colateral.
O resultado é esse fardo.
Onde as idéias ficam todas tortas.
Peço que não deixe o fel entrar.
Também não deixe o sangue gelar.
Tente olhar o horizonte dourado.
Onde o sol descansa calado.
Conte teus segredos à lua cheia.
Ela por toda noite te escutará.
Sinta a velha brisa passar.
Levando magoas e desabafos.
Trazendo amizade e conforto.
A melancolia segue solta no ar.
Como se esperasse meu encontro.
Ela, sempre ela, triste e bela.
Saibam que ela não me faz chorar.
Sempre me ensina a sonhar.
Visita-me nos dias chuvosos,
Enquanto você descansa entediado
Dos desacertos amorosos.
Somos dois e ao mesmo tempo só um.
Somos tão diferentes e tão ligados,
Sempre temos assuntos em comum.
Sem você eu não vivo,
Não seja só instinto, ouça minha opinião.
Somos uma dupla, agir sozinho é traição.
Declamemos Quintana, Cecília, Drummond.
Sintamos a noite prateada,
Vamos até a varanda e cantemos até a alvorada.
Cantemos ao desapego, e a nossa amada.
Aprendamos a ser nós sem esquecê-la.
Cantemos pela vida e pela estrelas.
Cantemos por mim e por você.
Cantemos para ela aparecer.

Rafael Shouman

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Exageros necessários.

Não tenho culpa de ser exagerado.
Não aumento os fatos.
Apenas os sinto com muita vontade.
Não acrescento tampouco invento.
Apenas os percebo mais que você.
Sou alimentado pela novidade.
Sou acalentado por sensações.
Garimpeiro de emoções perdidas.
Caçador de situações não vividas.
Não sou um ator no palco do mundo.
Sou o roteirista de uma vida,
Sei que não é um monologo.
Tomo cuidado ao escrever minha parte.
Cada letra pode mudar todo o sentido.
E me levar a lugares onde só há perigo.
As escrevo com musicalidade.
Quem sabe assim a mágica apareça.
E venha com muita naturalidade.
Não gosto de situações comuns.
Afinal o que vale é a intensidade.
Sou um chato irreparável.
Venha, mas venha com vontade!

Rafael Shouman

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Infinitivamente.

Nunca deixe de evoluir.
Não pare de descobrir.
É para isso que estamos aqui.

Nunca deixe de viver.
Não limite-se a correr.
Entenda o seu por que.

Nunca deixe de amar.
Não tenha medo de chorar
Na vida é o melhor que há!

Buscar, entender, expandir.
Olhar, perceber, refletir.
Ganhar, perder, permitir.

Cair, levantar, vencer.
Ouvir, cantar, convencer.
Fluir, versar, escrever.

Merecer, sorrir, causar.
Querer, distrair, destoar.
Saber, reagir, sonhar.

Rafael Shouman

Se...

Se a musica parar?
Talvez alguém cale.
Eu canto.
Se a sereia cantar?
Talvez alguém prossiga.
Eu piro.
Se o mundo pirar?
Talvez alguém veja.
Eu entendo.
Se ela entender?
Talvez alguém grite.
Eu amo.
Se o poeta voltar?
Talvez alguém chore.
Eu sorrio.
Se a flor sorrir?
Talvez alguém note.
Eu retribuo.
Se a vida retribuir?
Talvez a alguém festeje.
Eu agradeço.

Rafael Shouman

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Mudar o rumo!

Mudar o rumo não é mudar a vida.
É apenas mudar o foco,
Reavaliar suas preferências.
Olhar o outro lado da rua,
É trocar o caminho, não os métodos.
Você pode andar para qualquer lado,
Sem deixar de andar para frente
É buscar algo diferente,
Trocar algo certo, porém chato.
Por algo, talvez, ilusório, porém mágico.
Mudar o rumo é não ter medo de renovar.
Às vezes é uma questão de se adaptar.
O que estará esperando na esquina?
Ninguém sabe, nem deve saber!
O que faz a vida linda é sua imprevisibilidade.
Viva amigo, viva com vontade.
Medos todos têm, afinal, faz parte!
Confie em você!
Escute seus desejos!
Realize seus sonhos!
E se for preciso,
Mude o rumo!

Rafael Shouman

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A quem foi e a quem virá!


Se você me esqueceu,
Não lembre.
Se eu fiquei sozinho,
Não chore.
Também não vou chorar,
Vou esquecer.
Também não vou lembrar,
Vou viver.
Nem pense em ter pena,
Não aceito.
Nem pense nisso,
Não admito.
Diga que me amou,
Apenas isso.
Diga que me deixou,
Apenas diga.
Veja quem é especial,
Só observe.
Veja que você é especial,
Só saiba.
Perceba a lei celeste,
Entenda, veja.
Perceba os sinais,
Entenda, sinta.
Eu lembro de você,
Com melancolia.
Eu lembro de mim.
Com poesia.
Sei que lhe amo muito,
Não devia.
Sei que devo mudar,
Não queria.
E a vida segue.
Quem diria!?!

Rafael Shouman

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Lembrança

Queria dizer que sou legal
Que quero muito te fazer feliz
Mas se a vida não quis assim
Porque o peso cai sobre mim
Porque eu me machuco com tua lembrança
Com a lembrança daqueles beijos
Com a lembrança de uma falsa esperança
Com esperança de um verdadeiro amor
Verdadeiro amor ficou na lembrança
Mas ainda resta esperança
Sofrida, medrosa, sem resposta.
Escondida atrás do espinho da rosa
Ainda assim uma lembrança
Lembrança de uma esperança.
Ainda assim uma esperança!

Rafael Shouman

Porque sempre os por quês?


Eu desisti...
De me questionar,
De entender tudo que acontece,
De entender coisas que não querem ser explicadas,
De entender coisas que não querem me explicar.
Não foi por covardia, nem será por toda a vida.
Apenas entendi que nem tudo entenderei,
E se um dia isso for possível, um dia eu saberei.
No momento fico aqui, lembrando sem saber
O porquê de tantos por quês?
Porque sempre os por quês?
Eu devia tentar ao mar me atirar,
E sem deixar ele me engolir, ali poder ficar.
Ficar só a observar.
Vendo de longe essa equação louca.
Vendo de longe essas pessoas loucas.
Vendo de longe esse mundo torto.
Ver somente ver, simplesmente ver.
Mas ali eu não enxergarei este homem
Este aqui do outro lado.
Este que se esconde atrás de palavras.
Palavras que viram frases,
Frases vistas por mim como um espelho.
Espelho d’alma, lapidado na tela.
Frases que me mostram porquês,
Frases que não são só frases.
Frases cheias de entrelinhas.
Frases que me questionam os porquês.
Porque sempre os por quês?
Frases, por que sempre as frases?
Entrelinhas, porque as entrelinhas?
Desisti de entender.

Rafael Shouman

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O ciclo

Queria entender a falta que sinto
De coisas que nunca foram minhas.
De amores que nunca compreendi.
De sensações que não me fazem bem.
Porque quero perceber as entrelinhas
Se mesmo as lendo jamais as entendi.
E sempre em seus caminhos me perdi.
Há dias em que acordo assim, meio zen.
Há dias que eu me sinto assim, meio sem.
Sem planos, sem objetivos, sem motivos.
Por ilusões me guio, ilusões todas minhas.
Sonhos escondidos em locais perdidos.
Sonhos regidos por amores nunca vividos.
Sonhos de mudança, mudar o mundo,
Mudar a vida, mudar eu, mudar o rumo.
Só sonhos, sonhos onde só há esperança.
Mas uma ansiedade sempre me sufoca.
Ela me tonteia, ela ofusca minha mente.
Com ela sigo meu instinto animal.
Tento realizar minhas necessidades.
Nem lembro mais das prioridades.
Quando acordo um furacão passou.
Seus estragos são irreversíveis.
Então volto ás soluções momentâneas.
Sonho com as situações inatingíveis.
Percebo que essas me farão relembrar
Aqueles dias onde elas eram possíveis
O ciclo segue, sempre segue, só segue.
Talvez uma noite eu possa dormir tranqüilo
E novamente sonhar sem parar.
Até o dia em que você virá me acalmar!

Rafael Shouman

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Espelho


Queria ser diferente
Talvez menos impulsivo
Parar com os superlativos
Deixar de ser inconseqüente
Quem sabe então estarei contente
Não ficarei a escrever repetidamente

Gosto de ser assim um tanto noiado
Faz sentir uma melancolia gostosa
Fico aqui a esperar o passado
Sentindo o perfume da rosa
Ao menos não me iludo
Do futuro espero tudo

Rafael Shouman