sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O ciclo

Queria entender a falta que sinto
De coisas que nunca foram minhas.
De amores que nunca compreendi.
De sensações que não me fazem bem.
Porque quero perceber as entrelinhas
Se mesmo as lendo jamais as entendi.
E sempre em seus caminhos me perdi.
Há dias em que acordo assim, meio zen.
Há dias que eu me sinto assim, meio sem.
Sem planos, sem objetivos, sem motivos.
Por ilusões me guio, ilusões todas minhas.
Sonhos escondidos em locais perdidos.
Sonhos regidos por amores nunca vividos.
Sonhos de mudança, mudar o mundo,
Mudar a vida, mudar eu, mudar o rumo.
Só sonhos, sonhos onde só há esperança.
Mas uma ansiedade sempre me sufoca.
Ela me tonteia, ela ofusca minha mente.
Com ela sigo meu instinto animal.
Tento realizar minhas necessidades.
Nem lembro mais das prioridades.
Quando acordo um furacão passou.
Seus estragos são irreversíveis.
Então volto ás soluções momentâneas.
Sonho com as situações inatingíveis.
Percebo que essas me farão relembrar
Aqueles dias onde elas eram possíveis
O ciclo segue, sempre segue, só segue.
Talvez uma noite eu possa dormir tranqüilo
E novamente sonhar sem parar.
Até o dia em que você virá me acalmar!

Rafael Shouman

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